quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

PowerPoint dos Bolsonaros: entenda a relação da família com Queiroz e as milícias

Crise em torno do filho do presidente veio à tona com movimentações financeiras suspeitas 

Entenda a relação dos Bolsonaros com Fabrício Queiroz e as milícias
 A atual crise em torno do senador eleito Flávio Bolsonaro(PSL-RJ), filho de Jair Bolsonaro jogou luz na antiga e ainda pouco esclarecida relação da família do presidente da República com as milícias do Rio de Janeiro.

  • Flávio Bolsonaro = Senador eleito            
  • Marcia Oliveira de Aguiar = Esposa de Fabrício Queiroz
  • Raimunda Veras Magalhães = Mãe de Adriano da Nóbrega 
  • Jair Bolsonaro = Presidente 
  • Evelyn Melo de Queiroz = Filha de Fabrício Queiroz 
  • Danielle da Nóbrega = Esposa de Adriano da Nóbrega 
  • Michelle Bolsonaro = Primeira-dama 
  • Nathalia Melo de Queiroz = Filha de Fabrício Queiroz e personal 
  • Milícia = Organização criminosa 
  • Fabrício Queiroz = Policial militar aposentado ex-motorista de Flávio 
  • Adriano da Nóbrega = Ex-capitão do Bope  
  • Marielle Franco = Vereadora assassinada em 2018
As relações
 
Michelle Bolsonaro com Jair Bolsonaro
Mulher de Jair Bolsonaro. Foi assessora do então deputado federal

Jair Bolsonaro com Fabrício Queiroz
Amigos de longa data e a quem o presidente diz ter emprestado dinheiro (R$ 40 mil)

Jair Bolsonaro com Adriano da Nóbrega
Na Câmara, em 2005, o então deputado federal defendeu Adriano, um “brilhante oficial”

Fabrício Queiroz com Michelle Bolsonaro
Depositou cheque de R$ 24 mil na conta de Michelle, alegando pagamento de dívida

Fabrício Queiroz com Flávio Bolsonaro
Motorista e assessor de Flávio Bolsonaro de 2007 a 15.out.2018

Fabrício Queiroz com Adriano da Nóbrega
O assessor foi colega de batalhão de Adriano da Nóbrega e pediu que Flávio Bolsonaro homenageasse Adriano na Alerj

Nathalia com Jair Bolsonaro
Trabalhou para o então deputado em Brasília, apesar de estar constantemente no RJ como personal trainer

Nathalia com Flávio Bolsonaro
Assessorou o então deputado estadual na Alerj

Evelyn com Flávio Bolsonaro
Substituiu Nathalia como assessora do deputado na Alerj

Marcia com Flávio Bolsonaro
Foi assessora de Flávio Bolsonaro, junto com Evelyn

Jair Bolsonaro com milícia
Em 2008, criticou a CPI das Milícias, da Alerj, e disse que policiais estavam sendo confundidos com milicianos por organizar a segurança

Flávio Bolsonaro com milícia
Na CPI de 2008, na Alerj, o deputado minimizou a gravidade das milícias e disse que “não raro é constatada” a felicidade em áreas dominadas por milicianos

Milícia com Marielle Franco
Há suspeita de que a vereadora e o motorista Anderson Gomes foram mortos pela milícia que atua na zona oeste do Rio

Adriano da Nóbrega com Marielle Franco
Seis testemunhas citam Adriano no caso da morte de Marielle, de acordo com The Intercept Brasil

Adriano da Nóbrega e milícia
Foragido da polícia, o ex-policial é acusado de liderar o Escritório do Crime, milícia suspeita de ligação com as mortes de Marielle e Anderson Gomes

Fabrício Queiroz com Raimunda
A mãe de Adriano da Nóbrega é, segundo o Coaf, uma das pessoas que depositavam dinheiro na conta de Queiroz (R$ 4.600)

Fabrício Queiroz com Danielle
O assessor indicou a mulher de Adriano para o gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj

Flávio Bolsonaro com Raimunda
De 29.jun.2016 a 13.nov.2018, o então deputado estadual teve Raimunda como assessora de gabinete na Alerj

Flávio Bolsonaro com Danielle
A mulher do ex-PM também trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, onde ela trabalhou de 2007 a 13.nov.2018

Flávio Bolsonaro com Adriano da Nóbrega
Homenageou o ex-PM em out.2013 e em jun.2015 (Adriano estava preso na data), dando a ele a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Alerj

Jair Bolsonaro com Flávio Bolsonaro
Pai chama o filho de 01

Ministério Público do RJ com Flávio Bolsonaro
Investiga a movimentação financeira atípica de funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, com base no Coaf

Ministério Público do RJ com Fabrício Queiroz
Investiga movimentações atípicas na conta do então assessor apontadas pelo Coaf e pode ajuizar 
 
Segundo relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ligado ao Ministério da Justiça, Fabrício Queiroz, que era policial militar e motorista do filho de Bolsonaro, movimentou R$ 1,2 milhão de janeiro de 2016
janeiro de 2017 entraram em sua conta R$ 605 mil e saíram cerca de R$ 600 mil.
 
Além desse valor, considerado incompatível com o patrimônio de Queiroz, chamaram a atenção dos investigadores o volume de saques (que chegaram a cinco num mesmo dia) e o fato de ele ter recebido repasses de oito funcionários do gabinete de Flávio.
 
O pagamento de outros funcionários a Queiroz sugere a possibilidade de pedágio no gabinete, também apelidada de "rachadinha", que ocorre quando alguém determina a retenção de uma parte dos salários de servidores nomeados.
 
Em tese, essa situação pode configurar o crime de peculato (desvio de dinheiro público). Queiroz e Flávio negam a prática.
 
Em entrevista ao SBT, em dezembro, Queiroz atribuiu a movimentação a negócios particulares, como a compra e venda de automóveis.
 
Reportagem do jornal O Globo afirma que, além dos R$ 1,2 milhão inicialmente revelado, passaram por sua conta corrente mais R$ 5,8 milhões nos dois exercícios anteriores, totalizando R$ 7 milhões.
 
 
Fabrício Queiroz que foi nomeado em 2007 e deixou o gabinete de Flávio no dia 15 de outubro de 2018 é amigo de longa data do emtão atual presidente. Entre as movimentações milionárias que chamaram a atenção na conta de Queiroz está um em cheque de R$ 24 mil repassado à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Segundo o presidente, esse montante chegava a R$ 40 mil e o dinheiro se destinava a ele. Essa dívida não foi declarada no Imposto de Renda. Jair Bolsonaro afirmou ainda que os recursos foram para a conta de Michelle porque ele não tem "tempo de sair"

Segundo revelou o jornal O Globo, quando o escândalo veio à tona, Queiroz se escondeu na comunidade do Rio das Pedras, berço das milícias cariocas, onde sua família operaria um negócio de transporte alternativo (atividade tipicamente controlada por milicianos).

Em meio à apuração do caso Queiroz, o Coaf apontou que Flávio Bolsonaro recebeu em sua conta bancária 48 depósitos, em dinheiro, em junho e julho de 2017, sempre no valor de R$ 2.000, totalizando R$ 96 mil. De acordo com reportagem do Jornal Nacional sobre o caso, os depósitos foram feitos no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Alerj, e os remetentes não foram identificados.

Em entrevista à TV Record, ele disse que recebeu dinheiro em espécie pela venda de um imóvel e que depositou R$ 2.000 por ser o limite no caixa eletrônico.

A situação do senador eleito ficou mais complicada com a revelação de que seu gabinete na Assembleia mantinha como funcionárias a mãe e a mulher de Adriano da Nóbrega, um ex policial militar suspeito de comandar uma milícia na zona oeste do Rio de Janeiro, acusada de sequestrar, torturar e assassinar pessoas, além de explorar mercado imobiliário clandestino e extorquir moradores de comunidades carentes.

Segundo Flávio, Queiroz, seu motorista, estaria por trás da contratação da mãe e da mulher do ex-PM para o gabinete da Assembleia. A defesa de Queiroz confirma essa versão. Alvo de operação policial, Adriano está foragido.

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