Para entidade, brasileiros no exterior são os que mais sofrerão com a decisão do governo de Jair Bolsonaro
GENEBRA - Agências da ONU e entidades internacionais lamentaram e criticaram a decisão do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de se distanciar do Pacto Global de Migração e alertaram que os maiores afetados serão os mais de 3 milhões de brasileiros espalhados pelo mundo, muitos deles em condições de vulnerabilidade
O anúncio do afastamento do novo governo foi feito no Twitter do futuro chanceler, Ernesto Araújo, no mesmo dia em que o Itamaraty aprovava o acordo, em uma reunião da ONU no Marrocos
"A imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país", disse Araujo, chamando o marco de "ferramenta inadequada para lidar com o problema".
"O Brasil buscará um marco regulatório compatível com a realidade nacional e com o bem-estar de brasileiros e estrangeiros. No caso dos venezuelanos que fogem do regime (de Nicolás) Maduro, continuaremos a acolhê-los", afirmou. O pacto foi aprovado na segunda-feira por mais de 160 países na conferência intergovernamental da ONU, em Marrakesh.
"É sempre lamentável quando um Estado se dissocia de um processo multilateral, em especial um (país) tão respeitável de especificidades nacionais", declarou Joel Millman, porta-voz da Organização Internacional de Migrações (OIM), ao ser questionado sobre a informação relativa ao Brasil. Segundo ele, apesar da saída de alguns países, 164 governos assinaram o documento. "Esse é um quadro para cooperação", alertou.
Na avaliação da ONU, "o Pacto reafirma os direitos soberanos dos governos".
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